Numa cidade muito perto daqui - que tem problemas que parecem os problemas daqui - Dica: ouça a música Numa Cidade Muito Longe Daqui do Marcelo D2
Como comentei no post anterior, voltando do Rio de Janeiro fiquei muito nervosa (nervosa no bom sentido do calor de uma discussão sadia de idéias) com meu amigo que queria dizer que o Rio é mais calmo do que São Paulo, que as favelas são mais arrumadinhas e afins. Mas vamos parar pra pensar e encarar os fatos, são duas cidades grandes em população: mais de 9 milhões de pessoas habitam a capital paulistana contra mais de 5 milhões da capital carioca, só ai são 80% mais pessoas morando em São Paulo do que no Rio até porque a extensão territorial da capital paulista é praticamente o estado do Rio de Janeiro (não sei precisar a km² e posso estar falando besteira).
Desculpa mas na minha humilde opinião não tem comparação, se SP tem mais favelas do que o Rio eu não sei, mas a organização daqui é diferente até por causa da geográfica das capitais, o Rio é puro morro, enquanto SP é mais plano e as classes sociais são divididas a partir do centro e conforme vai abrindo o raio o pessoal vai ficando mais pobre, o que faz com que as favelas estejam localizadas nos extremos periféricos da cidade enquanto no Rio eu estava numa área nobre com vista para a favela. O Rio é o verdadeiro todo mundo junto e misturado enquanto em SP a exclusão é mais visível, dá pra perceber até pelos ônibus que percorrem só as partes menos nobres em relação aos que passam pelo centro ou pelo jardins por exemplo. Quem não viu a última pesquisa sobre homicídio que indicava um índice baixo para SP em relação as outras capitais? A justificativa era que as áreas nobres não registram esse tipo de caso enquanto a bala come na periferia, na média a criminalidade zero em uma região compensa a criminalidade 1.000 na outra, enquanto o Rio ficou em 1º lugar na mesma pesquisa!
No fim da história cada cidade tem seu problema para resolver, nenhuma é melhor ou pior do que a outra, mas não me venha falar que as favelas do Rio são mais "arrumadinhas" do que as de São Paulo se o ser humano nunca entrou no extremo da periferia pra conhecer... Filho, tem casão dentro do Capão que dá dó de saber que a casa não é valorizada só por causa da localização!
Não tenho muito o que falar, deixei passar tanto tempo para escrever isso que acabou ficando morno meus pensamentos sobre essa história... Quando eu tiver mais o que argumentar eu escrevo de novo.
segunda-feira, novembro 12, 2007
terça-feira, novembro 06, 2007
O Rio de Janeiro continua lindo
A Maravilha e o Caos – um lugar que tem tudo!!! – Dica: ouça a música Aquele Abraço do Gilberto Gil
Antes de mais nada quero pedir desculpa por demorar tanto tempo assim para atualizar o blog, ando numa loucura só e acho que tenho uns 5 textos prontos na cabeça...rs
Mas vamos ao que interessa, eu sou paulistana e sempre tive um grande preconceito com o Rio de Janeiro, não entendia porque tanta gente se deslumbrava com uma cidade que só vejo falar coisas ruins nos jornais, telejornais e revistas, porém recebi uma ligação da Isa com um convite “Vamos para o Rio no feriado do dia das crianças?” foi um impulso e respondi de imediato “OPA TÔ NESSA”, depois voltei atrás mas por motivos financeiros, até que fui convencida que não ficaria tão caro já que iríamos de carro, 4 pessoas e ficaríamos em uma kit-net, enfim resolvi viajar e sabe o que posso te dizer? QUE O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO, O RIO DE JANEIRO CONTINUA SENDO, ALÔ ALÔ REALENGO AQUELE ABRAÇO, ALÔ TORCIDA DO FLAMENGO AQUELE ABRAÇO!!!
Nossa viagem começou com atraso, era para sairmos às 3h da manhã do dia 12/10 mas só saímos quase 5h da manhã, fui o caminho inteiro destruindo minha dieta com um super hiper pacote de Doritos e um chocolate branco com cokies. Já era quase meio-dia quando estávamos perdidos no centro do Rio pois a Avenida Atlântica estava fechada por causa do feriado e eu rindo sem parar porque a gente não podia parar num farol fechado que a galera buzinava pra gente ir logo (depois dizem que paulista que é stressado) sem contar que eles dirigem muito mal. Chegamos na kit-net, descarregamos as malas e corremos para a praia de Ipanema. Preciso dizer: que praia limpa, bonita, que tranqüilidade mesmo tendo como paisagem o Vidigal (favela é atração turística até para quem está acostumado com elas), a noite ficamos por Ipanema mesmo, fomos a um barzinho muito bom indicado por uma carioca totalmente insana hahaha mas gente boa que ainda tentou tirar uma com o nosso sotaque (eles não percebem que chiam enquanto falam... rs), já no sábado ficamos pela manhã na praia e no final da tarde fomos fazer passeio de turista, fui conhecer o tal do Pão de Açúcar, logo de cara fiquei indignada de pagar 35 reais para subir num bondinho mas depois que estava lá no alto vi que valia a pena, nenhuma foto ou gravação é capaz de registrar a maravilha de ver a cidade lá do alto, tudo fica lindo. A noite eu estava louca para conhecer a noite da Lapa, depois de nos perder um pouco chegamos até a Lapa no entanto a Ciça e a Isa tiveram um ataque de pânico e não quiseram permanecer naquele local, eu confesso que ficaria de boa e tenho certeza que o Victor também, o que assustou as meninas é justamente o que torna a Lapa uma atração, ali você encontra desde a patricinha da zona sul até o moleque da favela, todos juntos curtindo a noite, tudo totalmente democrático, rua lotada, vários sons e vários bares, as meninas ficaram com medo por fazer a conta de muvuca = briga = insegurança = perigo. O plano inicial para irmos embora era o de circular a lagoa Rodrigo de Freitas e quem sabe conhecer a noite da Barra, até que o Victor teve uma idéia tosca de virar numa rua e fomos parar em um túnel que não tinha fim, foi um momento de pânico afinal já passava da 1h da manhã – graças ao horário de verão – nossa placa de São Paulo e a fama da cidade não é a melhor, o porteiro sempre dizia para só perguntarmos caminhos para policiais ou no máximo para algum taxista, o túnel não tinha mais fim e quando saímos dele e tentamos voltar para Ipanema todas as placas indicavam a linha vermelha, comecei a rir de desespero e a brincar dizendo que ali fudeu, passar a 1h da madrugada pela linha vermelha com placa de São Paulo era pedir pra algo acontecer, mas a saída que dava pra lagoa era a mesma que dava sentido para a linha vermelha, sendo que a lagoa foi só a gente entrar a direita enquanto a linha era seguir em frente, graças aos nossos gritos histéricos o Victor virou e chegamos em casa sãos e salvos. Domingo mais um passeio turístico, andamos por Copacabana e chegamos no Arpoador, uma bela caminhada e de volta a Ipanema arrumamos as malas e saímos para conhecer o Corcovado (claro que com o carro descarregado), nos perdemos pra variar e acabamos conhecendo uma das dezenas de favelas que o mapa do Google nos indicou, passamos pelo túnel Santa Bárbara e em cima dela adivinha: a favela Santa Bárbara, um carioca lindoooooooooo nos ensinou como chegar ao Crixto (acho que tudo eles pensam que é com xis hehehe), ali eu entendi porque o Cristo Redentor é uma das sete maravilhas do mundo, cara é lindo e inexplicável estar lá em cima, ver a cidade inteira como se fosse uma obra de arte complexa, onde a divisão de renda do Brasil estivesse estampada através do mapa do Rio de Janeiro, grandes prédios, praias lindas e favelas gigantes, a verdadeira cidade maravilha purgatório da beleza e do caos que a Fernanda Abreu cantou.
De volta para a kit-net carregamos o carro e viemos embora com a sensação de que faltou alguma coisa e que foram dias maravilhosos na cidade maravilhosa cheia de encantos mil.
Conclusão, mais uma vez aprendi que preconceito é a coisa mais idiota do mundo porque antes de amar a minha cidade preciso amar meu país e saber admitir que o Rio realmente continua lindo e que não é à-toa que ganha tantos rótulos bons e ruins.
Essa viagem também da pano para uma outra discussão que foi aberta no carro, o Victor quis comparar São Paulo com o Rio de Janeiro na questão violência e favelas, eu sou cheia de opinião sobre isso e acho que o Victor vive em outro mundo... essa discussão eu deixo para o próximo post e esse aqui fica como um teeser, depois do sol quente sempre há a tempestade pra refrescar, esse foi o sol, o próximo a tempestade e na seqüência o frescor!
Antes de mais nada quero pedir desculpa por demorar tanto tempo assim para atualizar o blog, ando numa loucura só e acho que tenho uns 5 textos prontos na cabeça...rs
Mas vamos ao que interessa, eu sou paulistana e sempre tive um grande preconceito com o Rio de Janeiro, não entendia porque tanta gente se deslumbrava com uma cidade que só vejo falar coisas ruins nos jornais, telejornais e revistas, porém recebi uma ligação da Isa com um convite “Vamos para o Rio no feriado do dia das crianças?” foi um impulso e respondi de imediato “OPA TÔ NESSA”, depois voltei atrás mas por motivos financeiros, até que fui convencida que não ficaria tão caro já que iríamos de carro, 4 pessoas e ficaríamos em uma kit-net, enfim resolvi viajar e sabe o que posso te dizer? QUE O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO, O RIO DE JANEIRO CONTINUA SENDO, ALÔ ALÔ REALENGO AQUELE ABRAÇO, ALÔ TORCIDA DO FLAMENGO AQUELE ABRAÇO!!!
Nossa viagem começou com atraso, era para sairmos às 3h da manhã do dia 12/10 mas só saímos quase 5h da manhã, fui o caminho inteiro destruindo minha dieta com um super hiper pacote de Doritos e um chocolate branco com cokies. Já era quase meio-dia quando estávamos perdidos no centro do Rio pois a Avenida Atlântica estava fechada por causa do feriado e eu rindo sem parar porque a gente não podia parar num farol fechado que a galera buzinava pra gente ir logo (depois dizem que paulista que é stressado) sem contar que eles dirigem muito mal. Chegamos na kit-net, descarregamos as malas e corremos para a praia de Ipanema. Preciso dizer: que praia limpa, bonita, que tranqüilidade mesmo tendo como paisagem o Vidigal (favela é atração turística até para quem está acostumado com elas), a noite ficamos por Ipanema mesmo, fomos a um barzinho muito bom indicado por uma carioca totalmente insana hahaha mas gente boa que ainda tentou tirar uma com o nosso sotaque (eles não percebem que chiam enquanto falam... rs), já no sábado ficamos pela manhã na praia e no final da tarde fomos fazer passeio de turista, fui conhecer o tal do Pão de Açúcar, logo de cara fiquei indignada de pagar 35 reais para subir num bondinho mas depois que estava lá no alto vi que valia a pena, nenhuma foto ou gravação é capaz de registrar a maravilha de ver a cidade lá do alto, tudo fica lindo. A noite eu estava louca para conhecer a noite da Lapa, depois de nos perder um pouco chegamos até a Lapa no entanto a Ciça e a Isa tiveram um ataque de pânico e não quiseram permanecer naquele local, eu confesso que ficaria de boa e tenho certeza que o Victor também, o que assustou as meninas é justamente o que torna a Lapa uma atração, ali você encontra desde a patricinha da zona sul até o moleque da favela, todos juntos curtindo a noite, tudo totalmente democrático, rua lotada, vários sons e vários bares, as meninas ficaram com medo por fazer a conta de muvuca = briga = insegurança = perigo. O plano inicial para irmos embora era o de circular a lagoa Rodrigo de Freitas e quem sabe conhecer a noite da Barra, até que o Victor teve uma idéia tosca de virar numa rua e fomos parar em um túnel que não tinha fim, foi um momento de pânico afinal já passava da 1h da manhã – graças ao horário de verão – nossa placa de São Paulo e a fama da cidade não é a melhor, o porteiro sempre dizia para só perguntarmos caminhos para policiais ou no máximo para algum taxista, o túnel não tinha mais fim e quando saímos dele e tentamos voltar para Ipanema todas as placas indicavam a linha vermelha, comecei a rir de desespero e a brincar dizendo que ali fudeu, passar a 1h da madrugada pela linha vermelha com placa de São Paulo era pedir pra algo acontecer, mas a saída que dava pra lagoa era a mesma que dava sentido para a linha vermelha, sendo que a lagoa foi só a gente entrar a direita enquanto a linha era seguir em frente, graças aos nossos gritos histéricos o Victor virou e chegamos em casa sãos e salvos. Domingo mais um passeio turístico, andamos por Copacabana e chegamos no Arpoador, uma bela caminhada e de volta a Ipanema arrumamos as malas e saímos para conhecer o Corcovado (claro que com o carro descarregado), nos perdemos pra variar e acabamos conhecendo uma das dezenas de favelas que o mapa do Google nos indicou, passamos pelo túnel Santa Bárbara e em cima dela adivinha: a favela Santa Bárbara, um carioca lindoooooooooo nos ensinou como chegar ao Crixto (acho que tudo eles pensam que é com xis hehehe), ali eu entendi porque o Cristo Redentor é uma das sete maravilhas do mundo, cara é lindo e inexplicável estar lá em cima, ver a cidade inteira como se fosse uma obra de arte complexa, onde a divisão de renda do Brasil estivesse estampada através do mapa do Rio de Janeiro, grandes prédios, praias lindas e favelas gigantes, a verdadeira cidade maravilha purgatório da beleza e do caos que a Fernanda Abreu cantou.
De volta para a kit-net carregamos o carro e viemos embora com a sensação de que faltou alguma coisa e que foram dias maravilhosos na cidade maravilhosa cheia de encantos mil.
Conclusão, mais uma vez aprendi que preconceito é a coisa mais idiota do mundo porque antes de amar a minha cidade preciso amar meu país e saber admitir que o Rio realmente continua lindo e que não é à-toa que ganha tantos rótulos bons e ruins.Essa viagem também da pano para uma outra discussão que foi aberta no carro, o Victor quis comparar São Paulo com o Rio de Janeiro na questão violência e favelas, eu sou cheia de opinião sobre isso e acho que o Victor vive em outro mundo... essa discussão eu deixo para o próximo post e esse aqui fica como um teeser, depois do sol quente sempre há a tempestade pra refrescar, esse foi o sol, o próximo a tempestade e na seqüência o frescor!
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