Sempre tive vontade de escrever tudo que se passa na minha cabeça nos meus momentos de nada para pensar, ou quando leio algo, ou depois de uma conversa com alguém ou até mesmo quando vejo certas coisas na agência onde trabalho. Ia fazer isso no Word e guardar no meu PC mas decidi compartilhar meus pensamentos, quem sabe eles não sirvam para ajudar alguém, por isso ENJOY IT!!! BOA LEITURA!!!!

quarta-feira, março 26, 2008

Amor de bicho...

Te amei, te amo e sempre te amarei - Dica: ouça a música Canção Pra Você Viver Mais do Pato Fu

Lembro que eu tinha 4 anos quando minha mãe entrou no meu quarto com um gato cinza nos braços e dizendo "este é o Mimoso" era um gato da raça Chartreux, foi ali que eu comecei a amar gatos e todos os tipos de bichos, quando eu estava com 8 anos tivemos mais um filhote em casa, chegava então o Pequeno - um siamês -, eles se davam super bem mas o Pequeno sempre foi bem diferente do Mimoso, um muito quieto e na dele o outro um verdadeiro membro da família. Aos meus 12 anos alguém tirou o Mimoso de mim (ele era um gato selvagem quando estava fora de casa e ainda assim simplesmente desapareceu), sofri muito e chorei durante uma semana inteira, o tempo foi passando e fui me acostumando só com o pequeno, quando num belo dia o Claudio chega gritando que achou o Mimoso - acho que o coração da minha mãe disparou da mesma forma que o meu, porém na hora que ele abriu a jaqueta ele tirou um filhote siamês com cara de doido e vesgo, eu comecei a ri porque o bichinho era hilário, o nome dele? Chuveiro e sempre vinha a pergunta: por que Chuveiro? Simples, foi meu primeiro gato que gostava de água e ainda curtia ver o pessoal da casa tomando banho, ele sempre ia para o banheiro ficar em cima do box enquanto alguém tomava banho. Com o passar dos anos o pequeno teve uma doença e infelizmente foi sacrificado, mais uma vez sofremos muito só que não como o Mimoso que não soubemos que fim teve.

O Chuveiro sempre foi muito companheiro, se eu estava estudando ele tava comigo, se eu estava cozinhando ele tava comigo, se eu tava dormindo ele tava comigo, se eu tava vendo TV ele tava comigo, ele miava pra pedir carinho e se alguém chegasse em casa e sentasse no sofá DELE pronto ele já subia no colo da pessoa e com aquela cara lavada pedia carinho, só não era fã de crianças, ele sempre se escondia delas. Se tinha churrasco lá em casa você podia contar com a presença dele e até os que diziam AH EU NÃO GOSTO DE GATO se encantavam com o Chuvis, se tinha hospedes em casa poderia ter certeza que o Chuveiro ia pular em cima da pessoa e dormir com a visita.
Há 5 anos atrás o Chuveiro ganhou um companheiro: o Vibe é um persa, foi presente dos filhos para a minha mãe poder amenizar um pouco a saudade do Pequeno. Eles se deram super bem porque apesar da idade o Chuveiro sempre se comportou como um filhotão, as vezes Jozelito nas brincadeira porque você não conseguia dizer não quando ele chamava pra brincar. Pessoas que nem chegaram a conhecer o Chuvis pessoalmente o conhecia pelas histórias que eu contava, sempre foi o gato diário, sabia todos meus segredos e acreditem não era um monólogo, meu bicho me entendia como ninguém.

Inocente e com um amor incondicional aos donos ou melhor aos parentes, ele era mesmo um membro da família. Em outubro de 2007 ele começou a ficar com a narina esquerda entupida, levamos ao doutor Ricardo que dizia que meu gato estava apenas resfriado, uma série de remédios foram dados ao animalzinho mas nada adiantava até que depois de um mês decidimos levá-lo ao hospital veterinário da Anhembi Morumbi porque algo estava estranho, o nariz dele tava inchado e começara a aparecer uma carne no canto do olho. Lá tivemos o diagnóstico: CANCÊR MALÍGNO. Um choque, sem reação eu fiquei... Fui trabalhar baqueada depois da notícia. Começamos então a saga para salvar a vida do Chuveiro, uma série de exames de sangue, biópsia e tudo mais com tudo em mãos a decisão do médico foi de não operar por causa da região do tumor ser complicada, a solução então era sessões de quimioterapia, fora receitadas 10 sessões e assim começamos o ano de 2008 indo toda quinta-feira para as sessões de quimio. O gato já não comia sozinho, tínhamos que dar na boca, quando ele ficava muito mal tomava soro e voltava a ficar alegrinho mas era tomar a medicação da quimio ele caia.

Final de Fevereiro eu voltei da viagem de férias e tive a notícia de que o estomago dele já não aceitava mais comida nem bebida, por mais que ele forçasse não ficava nada no corpo, paramos as sessões e agora ele ia quase todos os dias tomar soro pra continuar vivo. Esse sofrimento se arrastou até o dia 13/03/08 as 8h45 quando meu gato foi sacrificado, morreu meu filhinho nos meus braços e eu que me julgava forte desabei, chorei como criança perdida, chorei como adulto que perde um ente querido, chorei como jamais pensei que ia chorar, chorei de tristeza e de saudade daquele animalzinho que por 12 anos me fez tão feliz, choro enquanto escrevo este post porque a saudade é grande e sei que nunca o esquecerei principalmente quando estou em casa e ele não está lá, quando estou na sala e ouço os miados do Vibe procurando o amiguinho.

Ai me pego pensando como alguém pode conseguir fazer mal a um bicho seja ele qual for? Uma criatura inocente e irracional, um ser que pode trazer tantas alegrias... é eu não sei... Agora estou a procura de um novo filhote, quero um Chartreux como meu primeiro gato, como o que deu origem a esse amor puro e incondicional que eu tenho pelos bichos.
FIQUE COM DEUS MEU AMADO,
SER DE TOTAL PUREZA,
CRIATURA DA ALEGRIA,
INOCÊNCIA IRRACIONAL,
NUNCA TE ESQUECEREI CHUVEIRINHO!

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