Profissão: uma escolha de estilo de vida

O QUE VOCÊ QUER SER? - Não tenha medo dos seus sonhos e desejos profissionais - Dica: ouça a música Mar de Gente do O Rappa

Na minha adolescência eu pensava em trabalhar para ter dinheiro para comprar roupa e para ir para a balada, nunca já almejando uma profissão ou coisa desse tipo. Cheguei a fazer currículo e entregar no shopping Ibirapuera e também tentei entrar em um Mc Donald's, mas não me aceitaram porque eu era menor de 16 anos.

Lembro bem, eu estava na quadra do colégio quando um amigo meu perguntou para mim e para as meninas que estavam comigo se a gente queria trabalhar, isso era uma quarta-feira e todo mundo respondeu que queria, ele mandou então a gente ir até o lugar onde ele trabalhava pegar uma carta de encaminhamento para uma entrevista, eu fui a única a comparecer na quinta-feira para pegar a tal carta, na sexta-feira fui fazer a entrevista, lembro que estava de adidas hemp no pé, calça e regata preta e um casaco vermelho, as 20h meu telefone tocou, era a Raquel dizendo que na segunda-feira eu começaria a trabalhar, nossa como fiquei feliz, meu primeiro emprego era 07 de Agosto de 2000 quando comecei.

Fiquei 5 anos no meu primeiro emprego e foi lá que comecei a amadurecer minha mente sobre o que eu queria para o meu futuro, via pessoas que estavam lá já há anos, foi o que eles escolheram para si. Acho que não importa se você trabalha como diarista ou se você seja um VP de uma multinacional o importante é ter objetivos na vida e eu tracei o meu assim que escolhi a faculdade que ia cursar, comecei a procurar emprego na área, o meu trabalho já não me satisfazia, não me dava alegria e estava totalmente desmotivada, a culpa nunca foi da empresa e sim do meu perfil profissional que não se enquadrava mais e meus objetivos que não estavam naquele lugar, não condeno quem faz uma faculdade para ter um diploma, até porque essa é uma das exigências nos dias de hoje mas eu nunca quis ter apenas um diploma, sempre quis ter uma profissão ligada ao que eu estudei.

Em Agosto de 2005 sai da empresa onde estava e que tinha estabilidade pois era membro da CIPA e me arrisquei em um estágio para uma empresa que apesar de ser canadense, aqui no Brasil o escritório é pequeno, a proposta era para eu fazer parte do marketing da empresa, chegando lá queriam que eu fizesse vendas e nem existia área de marketing no escritório brasileiro, bati o pé e trabalhei durante 8 meses com ações de marketing, de fazer um anúncio para revista até ligar para clientes convidando para workshops, foi muito legal aprendi muito mas ainda não estava onde queria, meu sonho sempre foi trabalhar em agência, só que todo mundo sabe que para isso ou você tem que ter sobrenome ou QI (não tive nenhuma das duas opções). Uma das meninas do meu grupo de TCC na época, a Mirian, trabalhava em uma agência pequenina perto da casa dela, com apenas 4 funcionários e ela me deu um toque que o cara que cuidava de prospecção de clientes e mídia estava saindo, não tive dúvidas mandei meu currículo e liguei para papear como se não soubesse de nada e não conhecesse ninguém, isso foi em Fevereiro de 2006, em Abril um dos donos, o Octávio, propôs que eu fosse trabalhar mas não como estagiária nem como empregada e sim como colaboradora (para não dizer autônoma vai) onde eu não teria salário e só receberia se entrasse algum para eles, resumo: trabalhei durante 9 meses sem ter um real no bolso, os caras me pagavam 200 reais por mês que não davam nem para comprar os passes direito, o pior era que eu pagava minha faculdade e meu pai teve que pagar o último semestre sem minha ajuda, nossa como meu pai me cobrava, ele achava que era um loucura aquilo mas eu não desanimava, sabia que era o que eu precisava para conseguir experiência já que não tinha os atributos que falei agora a pouco. Com isso comecei a contar minha trajetória para pessoas chaves e fui aos poucos conquistando gente que poderia me ajudar mais a frente. Para conseguir entrar na agência que estou hoje eu liguei, pedi para fazer uma visita, conversei com a minha professora que trabalha aqui e ganhei uma amiga que na época era supervisora e trabalhava com a minha ex-teacher que é diretora aqui. Em Janeiro de 2007 liguei para papear com a Rita (na época era supervisora de mídia, hoje em dia é minha chefe) e ela foi logo dizendo que a Lídice (minha ex-chefe e um dos grandes nomes da pesquisa de mídia) precisava de uma coordenadora e perguntou se eu queria, nossa que felicidade a oportunidade que plantei nasceu, no outro dia eu já estava na entrevista mais legal da minha vida, papeamos bastante e uma semana depois eu fui contratada para trabalhar na Talent.

Hoje, 7 meses depois da minha contratação, eu trabalho com o sorriso no rosto e sabendo que ainda tenho um futuro brilhante porque foi isso que escolhi para mim.
Você pode escolher ser o que quiser, a mulher pode escolher ser dona de casa, o marido pode escolher ser cozinheiro, o filho pode escolher ser médico, não importa a sua escolha, o importante é sempre fazer o melhor de si, buscar o que realmente quer, ser sincero com os outros e com você mesmo, em uma entrevista não precisa dizer aquelas coisas que você acha que vai agradar o entrevistado, apenas fale quem você realmente é! Toda profissão tem seu brilho, como já disse não importa o que você faz, o importante é fazer aquilo que te agrada e te faz bem, aquilo que escolheu para a sua vida.

Vou repetir a frase ainda sem lembrar de quem é: "escolha trabalhar com o que ama e não precisará trabalhar um dia se quer na sua vida", seja o trabalho de educar os filhos e cuidar da casa, o trabalho de atender o cliente num call center, o trabalho de ser pedreiro, arquiteto, publicitário, faxineiro, não importa qual a sua profissão o importante é saber que você é essencial para ele e sem você muita coisa pararia de funcionar, você tem valor e prestígio em tudo que faça e lembre-se ambição é boa mas se for saudável e para aquilo que você realmente ama fazer.

Tem uma entrevista muito legal do Roberto Shinyasshiki para a Isto É que fala sobre o livro dele Heróis de Verdade, vale a pena ler. O livro eu ainda não li mas se for bom como a entrevista, nossa acredite que você será outra pessoa na sua vida profissional depois da leitura, fica a dica então, e quando eu ler prometo comentar aqui.